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As organizações devem pautar suas ações e condutas de forma transparente e com responsabilidade corporativa, seja na prestação de contas ou na gestão de suas atividades.

Somente assim empresas tradicionais e startups poderão se desenvolver de forma ética e sustentável.

No entanto, para que a gestão das empresas seja pautada nestas condutas, é necessário que as decisões de negócios sejam analisadas de forma isenta. Este é, exatamente, o papel do conselho de administração dentro das organizações.

Para que você entenda melhor essas prerrogativas de um bom conselho de administração, reunimos uma base teórica e tratamos de complementar com a experiência de quem convive com essas questões na prática de seu dia a dia profissional. Afinal, na prática, a teoria é outra!

Por isso, trouxemos 4 entrevistas com profissionais renomados no mercado que vão esclarecer perfeitamente qual o papel do conselho de administração de uma empresa.

Preparado? Então leia e depois aperte play!

Qual o papel do conselho de administração?

Para entender qual a função do conselho de administração de uma empresa, tenha em mente que ele precisa analisar as decisões da organização, mantendo o direcionamento estratégico dos negócios.

Ele procura garantir que essas decisões estejam alinhadas com os principais interesses da empresa, sempre buscando proteger o patrimônio da organização e maximizar o retorno sobre seus investimentos.

Para alcançar estes objetivos, um papel do conselho de administração é promover debates para que as decisões sempre sejam tomadas em grupo, descentralizando o controle.

Outra função do conselho de administração de uma empresa é estabelecer as diretrizes do planejamento estratégico sem, no entanto, interferir diretamente nas operações da organização.

Essas diretrizes devem ser, posteriormente, validadas pelos diretores da empresa.

Também é função do conselho de administração a instituição do código de conduta da empresa e a definição de mecanismos de controle interno para que ele seja seguido. Assim, ele garante que as boas práticas da governança corporativa serão respeitadas.

Para alargar ainda mais as informações sobre o papel do conselho de administração nas empresas, pedimos ao engenheiro, administrador e conselheiro Plínio Villares Musetti que nos esclarecesse uma dúvida muito comum: empresas de capital fechado ou limitadas, também se beneficiam do papel exercido por um conselho de administração?

Veja  a resposta:

“Sem dúvida nenhuma, elas podem e devem se beneficiar. Empresários possuem uma visão de longo prazo e eles anseiam em testá-las, em um certo momento começam a sentir a “solidão” de tomarem decisões sozinhos e a necessidade de compartilhar cresce. Um Conselho pode ajudar nas decisões de Compliance e boa Governança. No passado diziam que os Conselheiros existiam apenas para manter a formalidade do Conselho, mas eu discordo, acredito que um bom Conselho é o que possui menos formalidade e mais contribuição efetiva para a empresa”.

Saiba ainda mais sobre o papel do conselho de administração acompanhando este vídeo da entrevista:

6 benefícios do conselho de administração para a empresa

Existem diversos benefícios para as empresas na instituição do conselho de administração. Vamos ver os principais:

  1. o papel do conselho de administração impede que as decisões empresariais sejam ditadas apenas pelos interesses de um único acionista ou de um grupo específico, em detrimento do interesse comum da empresa;
  2. maior segurança nas tomadas de decisões estratégicas, considerando a visão conjunta de todos os integrantes;
  3. análise mais profunda e eficiente dos problemas da organização, contando com as diferentes perspectivas dos conselheiros;
  4. visão de mercado mais abrangente, baseada na experiência corporativa dos integrantes do conselho, identificando mudanças e oportunidades;
  5. resolução de conflitos e impasses entre os gestores e proprietários sobre as questões estratégicas do negócio;
  6. o planejamento de processos sucessórios, também é função do conselho de administração de uma empresa, que se torna responsável pela gestão das atividades durante o período de transição da liderança.

O conjunto de benefícios mostra como o papel do conselho de administração pode fornecer as condições necessárias para que a empresa consiga desenvolver todo seu potencial dentro do seu segmento de atuação.

Veja a opinião do professor Andriei José Beber sobre os benefícios de um conselho de administração:

“A ideia é que um Conselho de Administração possa reunir profissionais com diferentes experiências para auxiliarem na gestão da empresa, oferecendo melhores alternativas para o desenvolvimento de fato daquela indústria. O Conselho como o próprio nome já diz, tem como função dar um aconselhamento, fornecendo condições mínimas necessárias para que as empresas possam se desenvolver na plenitude da sua capacidade e do mercado em que atua”.

Confira seu depoimento na íntegra:

Como escolher profissionais para o conselho de administração?

Escolher bons profissionais para compor o conselho de administração é um grande desafio para as corporações.

Para garantir a boa realização do papel do conselho de administração, cada integrante deve contribuir com diferentes experiências de mercado, auxiliando na gestão da empresa.

Um bom conselheiro precisa ter noção das responsabilidades que terá dentro do conselho, estando ciente das normas internas e políticas da empresa. Ele também precisa ser leal à organização, garantindo a confidencialidade de todos os assuntos de natureza estratégica que serão tratados no âmbito do conselho.

A diversidade de opiniões é parte integrante do papel do conselho de administração, sendo necessário que cada integrante saiba respeitar diferentes pontos de vista, usando seus argumentos sem extremismos.

Outras características importantes, ao se analisar o perfil de um possível candidato ao conselho de administração, é o conhecimento do setor, experiência profissional, bem como a visão de mercado que o profissional poderá contribuir.

Portanto, não basta saber qual a função do conselho de administração, é preciso saber também como escolher um bom conselheiro.

Veja o que diz o professor e conselheiro profissional Júlio Sérgio Cardozo, sobre as características de um bom conselheiro:

“A primeira característica é a vontade de ser um Conselheiro. Ser conselheiro é uma atividade profissional hoje razoavelmente bem remunerada, mas que traz responsabilidades.  Um bom conselheiro precisa ser leal a empresa, obedecer às normas internas e as políticas da empresa. É necessário respeitar a confidencialidade, pois tudo que chega até ele é assunto de natureza estratégica da organização e não assuntos para um bate papo entre amigos. Uma outra característica é a competência, ela é essencial para o aprendizado e para se relacionar com os envolvidos sempre buscando o melhor caminho para orientar as pessoas. A humildade é a paragem do hipócrita, você acaba fazendo um papel ruim nas organizações”.

Confira mais detalhes dessa interessante entrevista:

Como é formado o conselho de administração?

Para exercer de forma eficiente o papel do conselho de administração, é necessário que sua composição esteja de acordo com as necessidades da empresa.

Não existe um número padronizado de integrantes, sendo uma regra comum que a quantidade de conselheiros seja ímpar, para evitar impasses nas decisões.

Podem fazer parte profissionais que atendam aos requisitos listados no tópico anterior e eles podem estar vinculados ao conselho das seguintes formas:

  • Conselheiros internos: os integrantes são profissionais da própria empresa, que acumulam as responsabilidades do conselho. Neste caso, é essencial que não haja conflito de interesses e que os profissionais consigam analisar as questões de forma imparcial;
  • Conselheiros externos: os integrantes são profissionais sem vínculo empregatício atual com a empresa, mas que já passaram pelos seus quadros ou que mantém uma relação de prestação de serviços. Entram nessa lista ex-gestores, advogados e consultores, sócios e gestores de fundos de investimento;
  • Conselheiros independentes: integrantes sem nenhum tipo de vínculo ou relacionamento com a organização. Geralmente, profissionais do mercado que, por sua vivência e experiência corporativa são convidados a compor o quadro do conselho;

Além das decisões sobre os integrantes do conselho, será necessário debater sobre outros aspectos importantes relacionados ao papel do conselho de administração como o regimento interno, funções de fiscalização e controle sobre a organização, entre outras.

Para aquelas empresa que estão formando seu primeiro conselho de administração, fomos buscar algumas dicas importantes do consultor de governança corporativa Helder Azevedo:

Antes de mais nada, obter um diagnóstico do seu estágio de Governança. Com esse diagnóstico o empreendedor consegue um relatório sobre sua Governança e assim ele tem uma noção em quais áreas ele precisa investir para alcançar resultados a longo prazo. Perguntar sobre as expectativas que o empresário tem sobre sua empresa daqui a 5 anos faz parte do processo, assim conseguimos identificar quais profissionais competentes ele irá precisar. Para montar seu primeiro Conselho é aconselhável ter no mínimo 3 pessoas e pelo menos uma precisa ter experiência de Conselheiro e conhecer sobre as ferramentas de gestão para controlar as informações. O que priorizar primeiro? Pessoas ou estratégias? O diagnóstico ajuda a priorizar com deliberações bem claras, para quando chegar o momento de você passar o bastão da sua empresa para um executivo profissional ele já esteja enquadrado dentro de uma estrutura de Governança Corporativa.

Conheça mais das opiniões desse profissional assistindo a entrevista completa:

A Setting é uma consultoria de gestão para resultados que dentre diversas outras atividades está preparada para fazer a estruturação do modelo de governança corporativa e compliance em seu negócio.

Confira nosso maneira de trabalhar baixando este infográfico gratuito: Como a Setting atua na sua empresa

Jorge Secaf Neto

Jorge Secaf Neto

Sócio fundador da Setting e Conselheiro Certificado IBGC, atua como Conselheiro e Consultor Sênior em organizações que buscam transformação. Tem seus principais interesses profissionais vinculados à educação executiva de forma continuada, e à busca pela excelência em Governança e Gestão organizacional.

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